Recentemente, cientistas divulgaram a descoberta de bactérias resistentes a medicamentos da última linha de defesa humana contra infecções. A notícia trouxe preocupação e já se fala sobre um possível “apocalipse antibiótico”. Os especialistas apontam que as bactérias foram encontradas em pacientes e animais da China e podem se espalhar pelo mundo, levando a medicina de volta à Idade Média.
Apesar de alguns cientistas acreditarem que a chegada da era “pós-antibiótico” é iminente, pesquisadores mais otimistas declaram que há motivo para preocupação, mas não para desespero. O que eles apontam é que tudo depende do tipo de infecção que o paciente possua. Mesmo que um antibiótico não possa controlar a infecção, uma combinação entre dois ou mais poderia obter sucesso.
Porém, é importante o alerta sobre os riscos do uso indiscriminado de antibióticos. Como qualquer outro medicamento, antibióticos só devem ser utilizados sob prescrição médica. Os antibióticos são substâncias que matam bactérias ou interrompem sua reprodução.
Um estudo divulgado em 2013 durante a Cúpula Global para Inovação em saúde, já apontava que anualmente, cerca de 500 mil pessoas morrem em decorrência de tratamentos que se tornam inócuos contra infecções. Essa resistência bacteriana dificulta tanto tratamentos de rotina quanto o combate a epidemias e pandemias.
Bactérias normalmente sofrem mutações até se tornarem imunes a antibióticos, mas o uso desnecessário de antibióticos ou interrupção do tratamento antes do fim do ciclo prescrito pelo médico pode piorar a situação.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a resistência a antibióticos é “uma ameaça global à saúde pública” e está ocorrendo em “todas as regiões do mundo”.
Um estudo realizado pela OMS aponta que dois antibióticos-chave utilizados no combate a doenças como pneumonia, diarreias e infecções sanguíneas não funcionam em mais da metade dos pacientes de vários países do mundo. Embora essas doenças sejam comuns, são sérias e podem levar à morte.
Mesmo que novos antibióticos estejam sendo desenvolvidos em todo o mundo, a OMS orienta que governos e indivíduos devem tomar medidas que dificultem o processo de mutação genética nas bactérias.
É importante ressaltar que mesmo que um antibiótico tenha sido prescrito para tratamento de alguma infecção no passado, o paciente não deve utilizá-lo novamente sem uma nova prescrição médica.