Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), a diabetes atinge 8,9% dos brasileiros. Por se tratar de uma doença silenciosa, 50% dos portadores de diabetes não sabem de sua condição e, portanto, não realizam controle e tratamento adequados. O resultado é assustador: no Brasil, mais de 72 mil pessoas morrem anualmente em decorrência da diabetes.
No Brasil, o número de casos de diabetes teve um aumento de 62% na última década, porém, de acordo com a OMS, essa não é uma preocupação apenas dos brasileiros: se os números continuarem subindo na mesma escala dos últimos anos, a expectativa é de que em 2040, 642 milhões de pessoas em todo o mundo sejam portadoras de diabetes, o que corresponde a um em cada 10 adultos em todo o planeta.
O Diabetes é uma doença crônica na qual o corpo não produz insulina ou não consegue utilizar adequadamente a insulina que produz. Como a insulina é o hormônio que controla a quantidade de glicose no sangue, o corpo precisa desse hormônio para utilizar a glicose obtida por meio dos alimentos, transformando-a em energia. Entretanto, o organismo dos portadores de diabetes não fabrica insulina e não consegue utilizar a glicose adequadamente, fazendo com que o nível de glicose no sangue fique acima do normal.
Tipos de Diabetes
Existem dois tipos de diabetes, o tipo 1 e o tipo 2. No Diabetes Tipo 1, que atinge cerca de 10% dos pacientes diagnosticados com a doença, pouca ou nenhuma insulina é produzida. Com a falta de insulina, a glicose fica no não é utilizada como energia e permanece no sangue.
No caso dos portadores de Diabetes Tipo 2, o organismo não consegue usar adequadamente a insulina que produz. Cerca de 90% das pessoas com diabetes têm o Tipo 2 da doença, que se manifesta mais frequentemente em adultos.
Retinopatia Diabética
Quando o paciente não realiza controle de glicemia e cuidados com a alimentação, o diabetes pode ocasionar complicações, afetando, por exemplo, a visão. A Retinopatia Diabética é uma das principais causas de cegueira em pessoas com idade produtiva no mundo. O excesso prolongado de açúcar no sangue ocasiona dano nos vasos sanguíneos da retina (fundo do olho), provocando enfraquecimento desses vasos e, por consequência, dando início aos sinais e sintomas da doença que com o tempo, podem se tornar definitivos.
Uma das consequências mais graves da Retinopatia Diabética é o descolamento da retina, uma situação grave que exige cuidados emergenciais, com risco de perda total de visão. Por conta disso, pacientes que possuem diabetes devem ter cuidado redobrado com a sua visão. Estatisticamente, eles possuem 25 vezes mais chances de perder a visão do que uma pessoa que não tem diabetes. Sendo assim, toda pessoa que tem a Diabetes deve fazer um controle oftalmológico anual, de preferência com especialista em Retina.
Assim como a diabetes, a retinopatia diabética também é silenciosa. O paciente não percebe de imediato que algo está errado em sua visão e muitas vezes, quando se dá conta, as consequências já podem ser irreversíveis. Entretanto, a retinopatia diabética pode ser tratada e controlada, evitando o seu progresso.
Além do controle da alimentação e dos níveis de glicose no sangue, pacientes portadores de diabetes precisam de avaliação oftalmológica periódica. Porém, como muitos brasileiros sequer sabem que possuem um quadro de diabetes, é necessária a cultura de avaliação anual dos índices de glicemia, para que a diabetes possa ser descoberta ainda em seu início, aumentando as chances de boa qualidade de vida para o paciente.