Pesquisa recentemente publicada no periódico Clinical Ophthalmology, traz resultados promissores no uso de células-tronco para a recuperação da qualidade visual de pacientes idosos. O estudo, realizado na Faculdade de Medicina da USP, em Ribeirão Preto, apontou melhora da visão e maior estabilidade na fixação em pacientes com Degeneração Macular Relacionada à Idade (DMRI).
A DMRI é uma das principais causas de perda da visão em pessoas com mais de 50 anos de idade. É causada devido a depósitos de restos celulares no fundo do olho, formando as drusas (espécie de “cristais” no fundo do olho). Essas drusas iniciam um processo de degeneração porque destroem os fotorreceptores presentes na retina. Sendo eles responsáveis por transmitir a imagem captada em forma de luz via sinais elétricos para o cérebro, a falta desses receptores prejudica a visão, levando à cegueira.
A DMRI pode se apresentar na forma atrófica ou seca, que corresponde a 90% dos casos, ou exsudativa ou úmida.
A pesquisa, liderada pela retinóloga Carina Costa Cotrim, analisou dez pacientes com mais de 50 anos que apresentavam grau avançado de degeneração macular seca. Embora seja mais comum, esse tipo de DMRI ainda não possui tratamento efetivo, o que torna ainda mais importante os resultados da pesquisa.
Em todo o mundo, diversas células-tronco estão sendo estudadas para tratamento de doenças oculares. Células semelhantes às utilizadas nesse estudo foram avaliadas pela pesquisadora Susanna Park, da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, e também mostraram resultados animadores.
No entanto, novos estudos ainda devem ser realizados para ampliar os testes e confirmar os resultados.