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Conheça quatro doenças oculares que podem causar cegueira total ou parcial

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cegueira

Segundo dados do IBGE, 6,5 milhões de brasileiros são portadores de algum tipo de deficiência visual. Destes, 528 mil são cegos e mais de seis milhões possuem baixa visão, ou seja, têm dificuldade permanente para enxergar. Já a Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que cerca de 80% dos casos de cegueira ou deficiência visual do mundo poderiam ser evitados por meio de ações preventivas de doenças como glaucoma e degeneração macular.

Muitos pacientes portadores de problemas oculares ou de doenças como a diabetes desconhecem que existe risco de cegueira caso a doença não tenha a atenção necessária. Em pesquisa realizada pela Sociedade Brasileira de Retina e Vítreo (SBRV), constatou-se que 62% dos portadores de diabetes tipo 2 não fazem qualquer tipo de acompanhamento relacionado à retinopatia diabética, doença que, segundo a OMS, está entre as principais causas de cegueira no Brasil.

É importante a realização de consultas periódicas com o oftalmologista, ainda que não apresente nenhum sintoma de baixa de visão. Também é preciso informar-se sobre doenças que podem ocasionar cegueira total ou parcial. Saiba mais sobre quatro dessas doenças:

Glaucoma

Maior causa de cegueira no mundo, a doença atinge o nervo óptico – que deixa de levar ou leva de forma insuficiente as informações visuais ao cérebro. É causada pelo aumento da pressão ocular, que ocorre devido a uma falha no sistema de drenagem do líquido que circula de forma contínua no interior do olho (humor aquoso). Pode ser também congênito, afetando crianças recém-nascidas.

Os principais sintomas são pontos cegos na visão periférica, perda de campo visual, visão turva, pupilas dilatadas, dor ocular, desconforto ou ardência nos olhos, faíscas ou luzes nas vistas, visão de auréolas como arco-íris, pontadas fortes e olhos vermelhos.

Quanto mais precoce for o diagnóstico mais fácil de tratar e controlar o glaucoma, evitando a perda total da visão por meio do uso frequente de colírios ou realização de cirurgia.

É importante observar que alguns grupos têm mais tendência a apresentar a doença, como pessoas míopes, negras, com idade acima dos 40 anos, hipertensos, diabéticos e com histórico familiar da doença.

Degeneração Macular

A degeneração macular é o comprometimento da mácula (pequena área da retina) por uma lesão degenerativa. Quando a mácula é lesada, a visão torna-se embaçada e uma mancha escura cobrindo o centro da visão pode ser percebida.

A degeneração macular está relacionada ao envelhecimento, sendo chamada de degeneração macular relacionada à idade (DMRI). Além do envelhecimento, histórico familiar, fumo, exposição à luz solar (radiação ultravioleta) e obesidade também são apontados como causas do desenvolvimento de DMRI.

A DMRI pode ser atrófica (seca) ou exsudativa (úmida). Causados pelo envelhecimento e afinamento dos tecidos da mácula, os casos de Degeneração macular atrófica são mais frequentes e provocam perda de visão gradual.

Apesar de grandes investimentos em pesquisas, ainda não há tratamento efetivo para a degeneração macular atrófica. Resultados de pesquisas recentes têm mostrado que o uso de suplementos nutricionais, incluindo minerais e vitaminas com ação antioxidante, podem prevenir o aparecimento da doença. Dentre esses se incluem a luteína e a zeaxantina, as vitaminas C e E, e os minerais selênio e zinco.

Já a degeneração macular exsudativa (úmida) ocorre quando vasos sanguíneos anormais se formam no fundo do olho. Estes neovasos extravasam fluido ou sangue, turvando a visão central. A perda de visão nestes casos pode ser rápida e severa.

Inúmeras pesquisas levaram ao desenvolvimento de novos medicamentos para tratar a degeneração macular exsudativa. Dentre estes, destacam-se os antiangiogênicos que, por meio de injeções intravítreas, bloqueiam a ação do fator de crescimento endotelial (VEGF), inibindo a formação de neovasos sub-retinianos e exsudação.

Retinopatia diabética

 A retina é afetada pelo diabetes porque a concentração sérica de açúcar (glicose) torna as paredes dos pequenos vasos sanguíneos da retina mais espessos, porém, mais fracas e mais propensas a deformidades e extravasamentos. Existem dois tipos de retinopatia diabética, a não proliferativa e a proliferativa.

 

A doença acontece quando os vasos do fundo do olho são danificados e causam hemorragia e vazamento de líquido na retina, processo que pode levar ao chamado edema de mácula diabético, que é a principal causa da baixa de visão nesses pacientes.

Muitos pacientes manifestam a forma leve ou moderada da doença, e podem até não apresentar nenhum sintoma visual. Por isso é imperativo que pacientes diabéticos façam avaliação do fundo de olho com um especialista em retina.

Ela também é diagnosticada quando os vasos da retina ou do nervo óptico não conseguem trazer os nutrientes para o fundo do olho, formando vasos anormais que causam o sangramento. Podem desencadear hemorragias vítreas e deslocamento de retina.

A extensão das retinopatias (proliferativas ou não proliferativas) e da perda da visão está relacionada à qualidade do controle da concentração sérica de açúcar e ao tempo que o indivíduo apresenta o diabetes. Geralmente, a retinopatia ocorre dez anos após o início da doença.

O tratamento da retinopatia diabética se dá inicialmente por meio da fotocoagulação a laser, procedimento no qual um raio laser é aplicado sobre o olho para destruir os novos vasos sanguíneos e para vedar os que apresentam extravasamento.

Nos dias de hoje o tratamento principal é baseado no uso de injeção de anti-VEGF na cavidade vítrea.

Catarata

Causada pela opacidade do cristalino, a lente natural do olho que fica atrás da pupila, ela impede a passagem natural da luz à retina para a formação das imagens que são transmitidas ao cérebro.

Até agora, a única forma de reverter a catarata é a cirurgia de substituição do cristalino, mas cientistas da Universidade da Califórnia (EUA) descobriram um colírio à base de lanosterol, ainda em fase de testes, que pode ser capaz de reduzir a quantidade de proteína depositada no cristalino. A esperança dos pesquisadores é que a substância sirva tanto para tratamento quanto para prevenção da catarata.

Hoje, o que se sabe é que esse depósito de proteínas acontece como resultado do envelhecimento, principalmente após os 60 anos, mas também por fatores como traumatismos, inflamações oculares, uso de determinados medicamentos, defeitos congênitos ou predisposições genéticas, exposição à luz ultravioleta, diabetes, tabagismo e desnutrição, por exemplo.

A sua forma congênita, que acomete recém-nascidos, é a principal causa de cegueira na infância em todo o mundo, e foi justamente da observância da ausência no lanosferol nessas crianças que os cientistas desenvolveram o colírio. Sua ocorrência é maior em crianças cujas mães tiveram doenças como toxoplasmose, sífilis ou rubéola durante a gravidez.

Entre as formas de prevenção da doença estão uma alimentação rica em nutrientes, especialmente antioxidantes; redução do consumo de álcool e do tabagismo, que causam o envelhecimento precoce das células; proteção contra os raios UV com o uso habitual de óculos escuros e controle da diabetes.

A melhor forma de tratamento desses e outros problemas oculares é com o diagnóstico precoce. É preciso desenvolver uma cultura de prevenção que só pode ser realizada por meio de visitas regulares ao oftalmologista.

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